Improviso é “antessala do fracasso”, diz ex-governador sobre falta de planejamento
08/02/2023 - SÃO PAULO - Economista, ex-prefeito de Vitória, ex-governador do Espírito Santo e ex-diretor do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Paulo Hartung defende o planejamento como uma das principais ferramentas de administrações exitosas.
“Não há vento favorável para navegador que, mesmo com bom vento e bom barco, não sabe onde está e aonde quer chegar”, afirmou, durante palestra de encerramento do Caapefis (Ciclo Anual de Aperfeiçoamento Pessoal). “Não acredito em improviso. É a antessala do desperdício e do fracasso.”
Dirigindo-se a mais de 800 servidores, o capixaba falou ainda sobre a importância da criação e do acompanhamento de metas. “Temos que planejar e executar. Executa, avalia e conserta a rota dos projetos”, destacou ele, eleito três vezes governador do Espírito Santo (2002, 2006 e 2015) e reconhecido por ter reorganizado a administração e saneado as contas estaduais.
Segundo Hartung, a atividade fiscalizadora também é elemento essencial para a democracia e para que iniciativas governamentais de sucesso não sejam interrompidas com a substituição de gestores. “Os órgãos de controle podem ser o fio de continuidade de boas políticas públicas. Digo isso porque o ponto forte da democracia, a alternância de poder, muitas vezes é acompanhado do ponto fraco da descontinuidade.”
Em sua avaliação, auditando tais iniciativas e dando publicidade a esses dados, os Tribunais de Contas estimulam os novos ocupantes de cargos públicos a investir em projetos bem-avaliados pela população, mesmo que criados por antecessores.
O presidente da Corte, Sidney Beraldo, também participou do debate. “Sempre falamos em resultados. E o Paulo, além de conhecimento, tem muita experiência prática. É uma honra tê-lo aqui.”
. Homenagem
A 27° edição do Caapefis, promovida pelo TCESP, foi encerrada com a premiação do concurso de boas práticas da Fiscalização e uma homenagem ao Conselheiro Edgard Camargo Rodrigues.
“Vocês não deixam de me surpreender. Isso é valiosíssimo e será difícil de retribuir, mas nada no Tribunal se faz sozinho. Sem esse time, eu não teria superado a fase de dificuldade da pandemia”, disse o Conselheiro, que presidiu a Corte em 2020.
Na ocasião, auge da crise sanitária, o TCESP passou a realizar sessões virtualmente. “Era importante manter o Tribunal vivo, mas a vida sempre supera os desafios. E nós conseguimos.”
“A homenagem é mais do que merecida. Tenho aprendido muito com o Edgard nesses dez anos de Tribunal”, declarou Beraldo.